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Sonhos que desabam no Habbo DK/NO/SE

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Mensagem por Admin Qui Abr 30, 2015 10:33 pm

O Habbo acorda e se surpreende ao saber que três hotéis irão fechar as portas. Esta é uma pancada certeira no orgulho feito de pixels dos hóspedes, que se envaidece se imaginando seguro, numa espécie de desafio iconoclasta aos engravatados.

Inclinado, o abismo pixelado geme num esforço hercúleo para consumir os medicamentos paliativos das escoras suíças, o corpo dinamarquês de pernas enfraquecidas e o rosto desfigurado norueguês que já parece revirar-se como nos estertores da morte. Se as cortinas não se fecharem agora, se fecharão depois, pela dolorosa ação da Sulake.

De repente, para quem mora num hotel desses, tudo acaba. Em plena manhã, gente como a gente é mostrada pelos fã-sites, vagando próximo à seu cafofo já agora irreconhecível, transformado num lugar atulhado de mobis e perigo.

Ao primeiro momento de pavor segue-se a revolta. Depois desta, a luta desesperada para salvar alguma coisa do que parecia uma vida tão organizada, numa rotina tão confiável. Então, nossos olhos atônitos veem tudo o que foi investido nestes três hotéis.

A sensação de desamparo para quem ainda fazia parte dos mil que ainda jogavam é inevitável, a de vergonha, também. Fugir ao ridículo dos pixels do que não se deseja mostrar a todos. Talvez seja isso que os moradores de um hotel que ameaça acabar sentem em seus corações.

Passam-se os dias. A vida segue. Os holofotes se apagam e a internet procura por algo mais espetaculoso. As batalhas jurídicas começam, em busca da reparação material. Discussões intermináveis vão buscar explicações, justificativas e culpados. Enquanto isso, os hóspedes sofrerão, obrigados a trocar seu lar pelo ambiente despersonalizado do abrigo inglês.

O Habbo continua lá. À sua volta, apenas os operários incumbidos de pôr bengalas provisórias nas mãos desses condenados. E também alguns dos hóspedes, de olhos compridos e súplices, vendo um pedaço de sua vida dentro de um computador prestes a ruir, vendo seu sonho desabar.

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